A classificação dos organismos vivos em grupos é um procedimento antigo, sendo o primeiro sistema de classificação criado por Aristóteles no século IV a.C. Muito tempo depois, em 1735, o naturalista sueco Karl Von Linné, conhecido por Lineu, publicou o Systema Naturae (Sistema Natural), no qual propôs a nomenclatura binomial para as espécies, utilizado até os dias de hoje. Além disso, seu trabalho consistiu de um detalhado sistema de classificação dos organismos conhecidos na época.
Para a formação desses grupos, características dos organismos são usadas como forma de constatar suas semelhanças ou diferenças e, com base nessas informações, podem ser estabelecidas relações de parentesco entre os organismos. Essas características podem ser dos mais variados tipos: morfológicas, bioquímicas e comportamentais.
No caso das serpentes, diversas características morfológicas podem ser utilizadas, como o número de escamas em diferentes regiões do corpo, disposição de escamas no rosto, dentição, entre outras. Desde 1894, por sugestão de Cope, o órgão reprodutor masculino das serpentes, denominado hemipênis (veja foto), também tem servido como fonte de informação por conta de sua morfologia. O hemipênis pode ser bifurcado ou não, apresentar papilas, espinhos e outros tipos de ornamentação conforme a espécie.
Hemipênis evertido de Caudisona durissa (cascavel) saindo pela abertura da cloaca. Foto: Amaurício L. R. Brandão
Detalhe do Hemipênis de Caudisona durissa (cascavel). Foto: Amaurício L. R. Brandão
Diferentemente de características como dentes, crânio e membros, que em geral apresenta grande relação com a ecologia dos organismos, o hemipênis serve como um órgão que evidencia mais claramente semelhanças devido ao parentesco evolutivo e não devido a pressões ecológicas do meio.
Detalhe do hemipênis de Philodryas olfersii, popularmene conhecida como cobra verde.Foto
Por Amaurício L. R. Brandão, membro NUROF-UFC
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